O que é o verdadeiro Fundamentalismo Bíblico?

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Ao analisar a palavra “fundamentalista”, devemos ser hipercautelosos, pois há o rótulo em diversos segmentos, como na religião muçulmana, em outras religiões que pregam a intolerância extremada, e até em certos partidos políticos. Com fundamentalismo, queremos nos referir àquele movimento evangélico que pugnou e continua a pugnar pelas verdades absolutas e inerrantes da Palavra de Deus, levando em consideração o que de fato Ela diz sobre Si mesma, sem lhe impor significado.

Historicamente falando, o fundamentalismo foi um movimento reacionário e apologético, que irrompeu no início do século XX, em resposta ao liberalismo teológico, que não apenas negava o sobrenatural das Escrituras, mas que dizimou muitas denominações e perverteu pastores e teólogos despreparados. Por falar em liberalismo, este contaminou muitos seminários e universidades, que um dia foram cristãos, minou a obra de missões nas denominações nas quais se infiltrou, decentralizou a verdade do Evangelho, além de outros perniciosos fatores que cercearam denominações históricas inteiras, como o relativismo e a aceitação da teoria da evolução.

Porém, houve a reação evangélica, que ficou conhecida como fundamentalismo, que se moveu além das fronteiras das “quatro paredes” da igreja, e foi à luta a fim de mostrar a relevância e a necessidade da Verdade. Homens como Gresham Machem, B. B. Warfield, John Murray, R. A. Torrey e outros foram os arautos que Deus usou para que o fundamentalismo fosse de fato bíblico. Graças ao Sábio e Onipotente Deus que, através destes homens, os conservadores avançaram não apenas em termos de piedade, mas também na academia.

Doutrinas como a inerrância e inspiração da Bíblia, nascimento virginal, divindade de Cristo, morte expiatória, ressurreição e sua volta foram reafirmadas e cridas por muitos. Não é debalde que os escritos desses acadêmicos ainda são grandemente admirados e usados hoje em dia, um século depois.

Para nossa tristeza, todavia, houve uma redefinição do fundamentalismo no decorrer dos anos. Algumas décadas depois, houve um esfriamento no campo da pesquisa teológica e científica em algumas denominações que se declaravam fundamentalistas. Práticas como sacramentar uma versão bíblica, demonizar certas práticas diferentes, mesmo em denominações históricas sérias, excluir a possibilidade de comunhão com essas igrejas, aderir à teologia arminiana entre outras coisas eram elementos-chave. Como disse Augustus Nicodemus, esse tipo de fundamentalismo é denominacional, pois restringe a Verdade a uma denominação, e quem pensa diferente deve ficar de fora. Vale notar que ainda existem grupos com essa mentalidade hoje.

Mas a história não pára aí: o fundamentalismo de Machem, Warfield, Torrey e outros não morreu; Deus suscitou homens para falar hoje em prol da Verdade, não de modo bitolado e redundante, mas demonstrando com profundidade e clareza que Deus ainda fala por Sua Palavra.

Ainda hoje há homens comprometidos com a Verdade, cujos nomes são: D. A. Carson, Augustus Nicodemus, Franklin Ferreira, Joel Beeke, Steve Lawson, Mark Dever, Sillas Campos, Almir Tavares, Roque Albuquerque, John MacArthur, Paul Washer, Josafá Vasconcelos, Héber Jr., Adauto Lourenço, Rômulo Monteiro, Marcos Granconato e outros que amam a Deus e as Escrituras. São homens como estes que, embora feitos de carne, demonstram que têm real interesse em levar as pessoas pela pregação, escritos e vida, à semelhança com Cristo. Isso de fato representa o verdadeiro fundamentalismo.

SOLI DEO GLORIA!